Ademir ficou em silêncio por um momento, deu um sorriso e disse:
— Você tem medo de que eu faça algo de errado? Não pense besteira. Vou voltar, claro que vou.
Ele já estava casado, e não podia simplesmente deixar de voltar para casa à noite. Por mais tarde que fosse, ele sempre voltaria para dormir ao lado da esposa.
Karina se sentiu um pouco culpada e falou:
— Então, vou desligar o telefone.
— Tá, boa noite.
Após desligar, Karina ficou pensando.
Ela não estava vigiando ele, nem preocupada com o que ele poderia estar fazendo de errado. A questão era que, naquele momento, ela sentia uma intuição, uma sensação estranha de que algo estava prestes a acontecer.
Seria por causa da gravidez, que a fazia pensar demais? Ela esperava que fosse só paranoia dela.
...
Feira da Ladra.
O carro de luxo preto parou na esquina. Aquele lugar ficava na parte antiga da cidade, onde as ruas eram estreitas e não permitiam a entrada de veículos.
Júlio abriu a porta do carro:
— Ademir