Em um instante, a expressão de Eunice ficou rígida. Forçando um sorriso pouco natural, ela disse:
— Por que está me perguntando isso? Nem todo mundo pode doar um fígado...
Lucas só havia mencionado a ideia, e a reação dela já foi tão negativa que ele fechou os olhos com irritação. Já imaginava que a resposta seria assim, e por isso hesitava em falar sobre o assunto.
Ao lado, Vitória percebeu o descontentamento do pai e se apressou a dizer:
— Pai, eu sou sua filha. Acho que posso te doar o fígado.
— O quê? — Lucas arregalou os olhos, neles se acendeu uma chama de esperança. — Vitória, você está disposta a doar para o papai?
— Claro, sou sua filha, é o meu dever. — Vitória sorriu e assentiu, com uma expressão gentil e dócil. Mas então acrescentou. — Só que o Ademir acha que estou grávida. Se eu disser que vou te doar o fígado, o segredo virá à tona, não acha?
As palavras dela trouxeram uma súbita lembrança a Eunice, que exclamou rapidamente:
— É verdade! A Vitória está a um passo de se c