— Certo. — Karina suspirou longamente. — Que bom, então. Esse acidente do Ademir, de certa forma, valeu a pena.
Essas palavras soaram estranhas, fazendo Júlio franzir a testa e dizer:
— Karina, não pense dessa forma.
— O que estou pensando? — Karina não tinha outra intenção. — Eu apenas disse a verdade, não disse?
Uma frase que deixou Júlio sem saber o que responder.
No entanto, ele sentia vagamente que Ademir não gostaria que Karina pensasse assim.
Porém, Júlio não era bom com as palavras.
Melhor não dizer nada imprudente.
— Karina. — Júlio quis mudar de assunto. — Você está com fome? Vou buscar algo para você comer.
Karina sorriu em agradecimento:
— Está bem, obrigada.
O café da manhã havia sido trazido por Bruno. Todos estavam preocupados com Ademir e não tinham muito apetite. Somente Karina, comendo seriamente seu pão doce recheado.
No canto da sala, Bruno comentou em voz baixa:
— A Karina parece que não está nem um pouco preocupada com Ademir.
Júlio lançou-lhe um olhar repro