— Isso é verdade. — Ademir assentiu, sem cerimônias. — Se a Patrícia te ver, pode acabar desmaiando de novo.
— Ademir! — Filipe imediatamente fechou a cara. — Pode falar de mim o quanto quiser, mas não jogue praga nela!
Ademir ficou surpreso por um momento:
— Se você se importa tanto com a Patrícia, por que está fugindo? A família Santos já te perdoou, não foi?
O coração humano era feito de carne, e tudo o que Filipe fez no último ano foi suficiente para mudar a opinião da família Santos sobre ele.
Filipe curvou os lábios em um sorriso amargo:
— Ela perguntou de mim?
Ademir hesitou por um instante e balançou a cabeça.
Como esperado, não.
Os olhos de Filipe escureceram. Ele pegou o copo nas mãos, ergueu a cabeça e tomou todo o conteúdo de uma vez:
— Foi certo eu ter ido embora.
— E o que você vai fazer agora? — Perguntou Ademir. — Se ela não perguntar por você, significa que você não vai tentar ver ela? Você consegue esquecer ela?
— Não consigo. Pelo menos agora, não consigo ver ela. —