— Muito bom. — Otávio assentiu involuntariamente ao ouvir tudo.
Em tão pouco tempo, ele conseguir pensar em uma forma de lidar com aquilo já era excelente. Assim, mesmo que morresse no futuro, poderia descansar em paz.
— Sendo assim... — Otávio se levantou apoiado na bengala. — Vamos cuidar cada um da sua parte...
— Vovô? — Ademir se levantou às pressas para segurá-lo. — Não brinque com isso.
— Brincar? — Otávio sorriu com ternura. — Você acha mesmo que estou brincando com você? Quer fazer tudo sozinho e morrer de tanto esforço?
A família Barbosa não era como a família Pinto, cheia de membros capazes e disponíveis.
A família Barbosa, nesse momento, tinha apenas ele.
Mesmo que tivesse muitos amigos, nenhum deles podia, neste momento, representar a família Barbosa.
Agora, para enfrentar essa crise ao seu lado, só restava aquele velho, Otávio.
Ademir permaneceu em silêncio. Não conseguia rebater o avô. Apenas sentia culpa e dor. Sabia, com clareza, que cada palavra dita por ele era verdad