— Karina.
Naquele instante, o olhar de Karina foi como uma lâmina afiada se cravando com crueldade em seu peito, doendo tanto que ela quase não conseguia se manter de pé.
Essa cena... Já havia aparecido incontáveis vezes em seus sonhos.
Sua filha olhava para ela como se olhasse para uma inimiga.
No entanto, somente quando aquilo realmente aconteceu, ela compreendeu o que era aquela dor. Uma dor como ter a carne arrancada do próprio corpo, como se estivessem cavando os ossos com as próprias mãos.
Karina soltou uma risada fria, lutando desesperadamente para conter as lágrimas.
— Por que você é tão egoísta? Eu pedi para você não dizer nada, mas você teve que dizer. Não escutou? Eu não quero ouvir.
— Eu...
A mente de Heloísa ficou completamente em branco, incapaz de formular qualquer pensamento coerente.
— Me desculpa, filha, a mamãe não fez por mal. — Ela segurou o braço de Karina, com medo. — Me desculpa, a mamãe errou. Mas, Karina, eu não consegui evitar... A mamãe sentiu tanto a sua fa