— Amanhã, eu e a Joyce vamos para a entrevista. Não precisa sair tão cedo, empreste o Bruno para mim, por favor? — Disse Karina.
Dizer "emprestar" era uma questão de educação.
Bruno sempre esteve ao lado dela, cuidando e protegendo dela, e Karina sabia disso.
— Está bem. — Ademir não disse mais nada, apenas pegou o celular e fez uma ligação para Bruno. — Sou eu.
— Segundo irmão.
— Amanhã, você leva a Karina e a Joyce para a entrevista. Troque de carro e pegue um mais sofisticado na garagem.
— Claro, segundo irmão, pode ficar tranquilo.
Como Karina não gostava de chamar atenção, Ademir, quando a levava ao hospital, tentava sempre usar o carro mais simples.
No entanto, o carro "simples" de Ademir não era algo tão comum aos olhos de outras pessoas.
Com receio de que Karina não gostasse, Ademir tentou explicar:
— As famílias que vão à entrevista não são pessoas comuns, não podemos parecer inferiores. Esse é um princípio que você deve entender.
Karina apenas apertou os lábios:
— Entendi.
No