O céu de Moscou escurecia aos poucos, tingido de tons azul-acinzentados, enquanto as luzes da cidade começavam a brilhar como um colar de jóias espalhado por entre as ruas nevadas. A suíte de Ethan e Helen já estava mergulhada em uma penumbra confortável quando o celular vibrou com a notificação do restaurante reservado.— Você vai usar aquele vestido preto? — perguntou Ethan, escorado na moldura da porta do banheiro, com os olhos percorrendo o reflexo de Helen no espelho.Ela o fitou pelo espelho com um meio sorriso, o batom a meio caminho dos lábios.— Por quê? Vai querer me tirar ele antes da sobremesa?Ethan arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.— Só se for no elevador.Helen riu, virando-se para ele. Estava deslumbrante. O vestido, ajustado na medida, revelava suas curvas com elegância, e o decote em V mostrava o suficiente para que ele engolisse seco e não fosse só pelo vinho que tomariam depois.— Você devia ser preso por andar assim pela cidade — provocou ele, caminhand
A porta do banheiro se fechou com um clique suave, mas Ethan ficou parado no mesmo lugar por alguns segundos, como se estivesse tentando processar o que acabara de acontecer. Helen, de vestido preto, olhar afiado e um sorriso que derretia até o gelo russo, acabara de provocá-lo até o limite… e depois desaparecera atrás de uma porta.Ele passou a mão pelo rosto, caminhando até o bar da suíte. Serviu-se de um gole de uísque e bebeu devagar, o olhar fixo na parede de vidro que mostrava Moscou iluminada. O mundo lá fora parecia congelado no tempo, mas dentro dele… tudo queimava.Quando ouviu o som do chuveiro sendo ligado, seu corpo reagiu no mesmo instante. Cada provocação de Helen, cada gesto dela naquela noite, desde o vestido colado ao corpo até o jeito como provava a sobremesa da colher dele, parecia ter sido feito sob medida para testar sua sanidade.Mas ela era mais do que apenas desejo. Havia algo em Helen que o fazia querer permanecer. Que o fazia não apenas querer despí-la… mas
A luz suave da manhã filtrava-se pelas cortinas semi abertas da suíte do Zorya Imperial, atingindo os lençois brancos com um dourado discreto. O silêncio era quebrado apenas pelo som abafado da neve caindo do lado de fora, como se o mundo lá fora estivesse em modo soneca. Dentro do quarto, porém, um outro tipo de calor pairava no ar.Helen abriu os olhos lentamente, espreguiçando sob os lençois bagunçados. Sentia os músculos relaxados, a pele ainda sensível e o coração… perigosamente leve. A primeira coisa que viu ao virar-se foi o rosto de Ethan, deitado ao seu lado, com os cabelos bagunçados, barba por fazer e um sorriso preguiçoso estampado nos lábios.— Bom dia, senhora Carter. — murmurou ele, com a voz rouca e irresistivelmente grave. — Dormiu bem depois de ontem à noite… ou preferia não ter dormido?Ela riu, enfiando o rosto no travesseiro por um segundo.— Você não tem um botão de desligar, né?— Não desde que me casei com uma mulher que geme meu nome daquele jeito. — respondeu
Após o café da manhã mais provocante da viagem, e talvez da vida, Ethan e Helen resolveram aproveitar a tarde livre antes do próximo compromisso. Moscou se estendia diante deles como um cenário de filme: cúpulas coloridas, ruas cobertas de neve e um ar gélido que contrastava violentamente com o calor latente entre os dois.Vestidos com casacos elegantes e óculos escuros que não escondiam os olhares cúmplices, saíram para explorar a cidade com um guia particular que os levava em um tour privado.Mas, desde o momento em que Ethan segurou a mão dela no carro e a beijou ali mesmo, com o motorista tentando fingir que não via nada pelo retrovisor, Helen já sabia que não seria um dia exatamente “cultural”.— Eu juro que estou tentando prestar atenção no que ele diz sobre a arquitetura barroca russa. — disse Ethan, inclinando-se para sussurrar no ouvido dela durante a visita ao Museu Pushkin. — Mas esse seu casaco aberto demais está exigindo toda a minha concentração.Helen soltou uma risada
Ele a jogou sobre a cama com cuidado e caiu por cima dela com beijos quentes no pescoço, os risos se misturando ao desejo, as mãos explorando com a intimidade de quem já conhece… mas ainda quer redescobrir.Ethan sorriu safado colocou o joelho na borda da cama e abaixou a calcinha de Helen a tirando devagar. Helen fechou os olhos em expectativa, mas gemeu alto ao sentir o toque da língua do marido em sua intimidade. — Ann… Ethan…Ethan sorriu, aquele sorriso cafajeste que fazia Helen se arrepiar da cabeça aos pés. Ele se inclinou sobre ela, com os olhos cravados como se pudesse enxergar sua alma.— Continua assim… — murmurou ele com a voz grave e rouca.Puxou o corpo dela para mais perto, posicionando a perna dela sobre seus ombros, deixando-a completamente aberta para ele. Seus dedos percorreram com maestria a fenda molhada e quente, e Helen gemeu alto ao sentir novamente a ponta da língua dele deslizar sobre seu clitóris já inchado.— Ahhh, Ethan…Ele sugou devagar, com uma precisã
O último dia da viagem amanheceu cinzento e silencioso em Moscou, como se a cidade também estivesse de ressaca emocional. Helen observava a neve derretendo lentamente na beirada da janela da suíte enquanto o café exalava seu aroma quente sobre a bandeja. Ela estava enrolada em um roupão macio, os cabelos ainda úmidos do banho, e os olhos voltados para o nada, até que ouviu o som seco da porta se abrindo atrás dela.Ethan entrou no quarto, tirando os botões do terno com um gesto rápido e irritado.— Alguém claramente não teve uma boa manhã. — disse Helen, virando-se com um sorriso provocador.Ethan jogou o paletó sobre a poltrona e soltou um suspiro pesado. Estava visivelmente tenso, o maxilar travado, as mãos grandes cerradas como se quisesse socar alguma coisa, ou alguém.— Como foi a reunião com os russos? — ela perguntou, pegando uma xícara e oferecendo a ele.Ele aceitou o café, mas os olhos estavam escuros.— Longa, entediante e insuportável. — respondeu com a voz firme.— Uau. I
Helen sentiu o peito se contrair no instante em que seus olhos pousaram sobre a fotografia. O mundo ao seu redor silenciou, como se o próprio tempo a suspendesse naquele exato momento de agonia. O sorriso de Ethan na imagem, sua expressão relaxada ao lado de Miranda, a maneira como seus corpos pareciam confortáveis um com o outro… cada detalhe perfurava sua alma como estilhaços de vidro.Seu coração martelava dentro do peito, não de surpresa, mas de uma dor sufocante, excruciante. Porque, no fundo, ela sempre soube. Sempre soube que Ethan nunca a quis. Sempre soube que, se pudesse escolher, ele estaria ao lado de Miranda, vivendo o sonho dourado que nunca pôde ter. E agora, ele estava ali, mostrando ao mundo, sem qualquer pudor, que ainda a desejava.O contrato entre eles nunca envolveu amor, mas Helen o amava. Amava Ethan de uma forma que a destruía pouco a pouco, que sugava sua alma a cada dia. Nunca quis esse casamento, mas quando foi obrigada a aceitar, agarrou-se à esperança de q
O telefone de Helen tocou logo pela manhã, interrompendo o silêncio tranquilo de seu apartamento. Sua voz suave atendeu o chamado, mas o tom firme e urgente de seu pai do outro lado da linha a deixou em alerta.— Helen, preciso que venha à empresa agora. É urgente.Ela conhecia bem aquela voz fria e autoritária, mas o que a diferenciava de todos os outros era sua capacidade de enfrentar o pai sem abaixar a cabeça. Sempre o fez com elegância e gentileza, porque essa era a sua essência: uma mulher doce, generosa, mas forte.Vestiu-se com um conjunto elegante, mas simples, composto por uma blusa creme delicada e uma saia lápis que moldava seu corpo de maneira sutil. Os cabelos dourados e ondulados caíam livremente sobre os ombros, e os olhos azuis brilhavam com uma mistura de apreensão e determinação. Helen era a mulher que sempre sorria para os outros, sempre buscava o melhor nas pessoas, mesmo quando o mundo parecia desmoronar ao seu redor.Enquanto caminhava para o prédio de vidro imp