A luz suave da manhã invadia a cozinha como um convite para a calma, mas o corpo de Helen não parecia ter recebido esse memorando. Entre a chaleira no fogo e a colher mergulhada no açúcar, ela tentava ignorar o formigamento constante sob a pele. Desde que Ethan surgiu pela casa com aquele andar preguiçoso, com gesso ou não, ela vivia num estado de combustão interna. Um toque e ela derretia. Um olhar e a respiração falhava. Era como conviver com um orgasmo à beira do lábio.
— Foco, Helen. Você tem autocontrole, tem força de vontade. Você tem… leite integral e um marido com cara de pecado. Merda. — murmurou para si mesma, enquanto mexia o café com tanta força que o líquido ameaçou subir pela borda.
Foi então que a paz foi interrompida com a sutileza de uma bomba explodindo na sala.
— BOM DIA, CASA DA LUXÚRIA! — anunciou Zoe, entrando como uma tempestade matinal, óculos escuros dignos de diva e duas sacolas de padaria. — Espero que ninguém esteja pelado! Ou melhor, talvez esteja torcend