- Você acha divertido me enganar? Foi assim que o Henrique te ensinou? - Antônio perguntou, com os olhos vermelhos, palavra por palavra.
Lá fora, a chuva caía forte, e Francisca ouvia o som do trovão, ecoando com estrondo.
Ela não fingia mais ter perdido a memória:
- Eu só queria deixar o passado para trás e recomeçar minha vida.
Antônio riu, apertando firmemente o pulso dela, se aproximando:
- Deixar o passado para trás é como uma falsa morte? E você já pensou nos meus sentimentos?
A outra mão de Antônio encontrou o lado do rosto dela, notando que ela tremia.
- Você tem medo de mim? - Perguntou Antônio.
Francisca mordia os lábios com força, até sentir o gosto de sangue na boca, antes de falar:
- Antônio, eu te peço, devolva meu filho.
- Ele não é seu, ele é filho meu e do Henrique. Eu te imploro, devolva-o para nós.
Ouvindo Francisca dizer com seus próprios ouvidos que o filho não era seu.
Uma linha esticada na mente de Antônio se rompeu:
- Se eu não me engano, você e ele começaram a