Eram quase quatro da madrugada, Mariane se aconchegava no sofá, colocando de lado um ungüento para contusões, enquanto Vinicius, do outro lado, estava com um soro intravenoso e abaixava uma tigela de sopa para o estômago.
Ambos ergueram a cabeça, se olhando fixamente.
Ele franziu a testa, desviando o olhar, e ela torceu a boca, virando a cabeça.
Silêncio.
Após um longo tempo, Vinicius, de olhos fechados, falou sem emoção:
- Desta vez, você fez bem.
Mariane sentiu algo mexer dentro dela.
Durante os três anos de casamento, foi a primeira vez que ele a elogiou e isso após o divórcio.
Ela se sentiu um pouco triste, respondeu levemente e depois perguntou:
- Sua avó está bem?
- Estabilizou.
Mariane assentiu, sem perguntar mais. Ela achava que a situação não era grave, que não havia grandes conflitos entre Vinicius e Luciana, provavelmente porque Luciana não havia realmente agido, mas apenas teve uma intenção errada ao se deparar com uma situação inesperada.
- Ainda sabe ligar para mim, fico