Bruno começou a entender por que Sílvio não queria fazer a cirurgia. Ele olhou para o homem na cadeira de rodas com certa cautela:
— Sr. Sílvio, o senhor não tem curiosidade em saber quem é a pessoa que vai doar a medula para você?
— Não quero saber. — Sílvio respondeu com frieza, sem levantar os olhos.
Bruno havia prometido a Lúcia que manteria segredo. Mas, diante da situação, percebeu que não tinha escolha. Precisava contar a verdade:
— É a senhora sua esposa.
Assim que ouviu aquelas palavras, tanto Sílvio quanto Leopoldo ergueram os rostos, surpresos, encarando Bruno.
— Ontem à noite, depois de visitar o senhor, a Sra. Lúcia veio até meu consultório para verificar seu prontuário médico. — Bruno explicou, com um suspiro. — Ela fez o teste de compatibilidade e me pediu que mantivesse tudo em segredo. Por isso não contei antes.
Os olhos de Leopoldo brilharam, cheios de esperança. Ele virou-se novamente para Sílvio:
— Sr. Sílvio, ouviu isso? Foi a senhora quem decidiu doar a medula par