Depois de acalmar Giovana, Sílvio saiu apressado do quarto e desceu as escadas com passos firmes. Entrou na parte traseira do Rolls-Royce Cullinan, jogando-se no banco de couro. Enquanto girava distraidamente um cigarro entre os dedos, ouviu o ronco do motor que Leopoldo acabara de ligar. Logo deu a ordem, com a voz fria e cortante:
— Siga por esta rua. Vamos encontrar a Lúcia.
Leopoldo, enquanto ajustava o espelho retrovisor, não conseguiu conter o comentário:
— Sr. Sílvio, se encontrarmos a Sra. Lúcia, tente conversar com ela. Não dá para exigir que o coração humano aguente tanto. Do ponto de vista dela, a Sra. Lúcia tem todo o direito de saber a verdade.
O Cullinan seguia devagar pela margem da calçada, com os pneus esmagando pequenas poças na rua ainda molhada pela neve derretida. O olhar de Sílvio, frio e resoluto, percorria a multidão que lotava a calçada, buscando desesperadamente uma silhueta familiar.
— Pare o carro! — Ordenou Sílvio, subitamente.
Leopoldo pisou imediatamente