— O quê?
A mão de Lúcia, que estava prestes a soltar o cinto de segurança, ficou imóvel no ar. Ela levantou os olhos, confusa, e encarou Basílio no banco ao lado.
Basílio, com um sorriso tranquilo, repetiu:
— Você disse que cumpriria qualquer pedido meu, sem condições.
— Sim, eu disse.
— Pois bem, Lúcia. Eu levei a sério. Quando eu souber o que quero, vou cobrar a sua promessa. — As palavras de Basílio pareciam simples, mas Lúcia, alheia ao tom sutil que escondia algo mais profundo, apenas agradeceu novamente e abriu a porta do carro.
O vento gelado e cortante soprou direto em seu rosto enquanto grandes flocos de neve caíam do céu cinzento, cobrindo tudo ao redor. Sua respiração ficou curta com o impacto da friagem. Sem olhar para trás, ela fechou a porta do carro.
Basílio deu um leve aceno ao motorista, que arrancou o carro e saiu da Mansão Baptista. No silêncio do carro, o assistente, visivelmente incomodado, deu uma olhada no espelho retrovisor e não conseguiu segurar o desabafo:
—