Sílvio virou-se, com o rosto contorcido de raiva, e olhou para Lúcia:
— Lúcia, você só fala de morte, morte, morte! Não tem mais nada para dizer?
— Pensando bem, acho que você não merece nem cuidar do meu corpo. Da próxima vez, nem apareça na minha frente. — Lúcia segurou o corrimão da cama, sentindo o frio metálico que não chegava nem perto da frieza dentro de seu coração.
— Eu não mereço cuidar do seu corpo? E quem merece? O Basílio?
— Isso não é da sua conta, Sr. Sílvio. — Lúcia sabia como irritá-lo. Sua voz era calma, mas cada palavra atingia Sílvio como uma faca. E ela ainda sorria enquanto falava.
Sílvio, furioso, saiu batendo a porta. No corredor, acendeu um cigarro atrás do outro. Não conseguia encontrar alívio, por mais que fumasse.
O vice-diretor do hospital se aproximou, franzindo a testa ao vê-lo fumando:
— Sr. Sílvio, o senhor anda fumando demais ultimamente. Isso vai acabar com a sua saúde. Sabe, a Sra. Lúcia foi diagnosticada com câncer. Ela já está emocionalmente abalad