Lúcia olhou para a versão mais jovem de si mesma, que agora tinha parado de chorar e estava rindo.
Ela piscou os olhos, e tudo desapareceu. A menina, o pai, a mãe, todos sumiram.
Um vazio imenso tomou conta de Lúcia. A dor que sentia no peito era quase insuportável, uma angústia que a deixava sem ar.
De repente, seu corpo começou a doer, como se inúmeras serpentes venenosas estivessem rasgando sua pele.
A dor era lancinante, forçando-a a se agachar lentamente até o chão, enquanto o suor escorria de sua testa. Ela se deitou na carpete, seu rosto distorcido pela agonia que a consumia.
Ela não queria pegar os remédios para dor. Não queria mais lutar. Deixar-se morrer parecia a solução mais fácil, assim poderia reencontrar seus pais.
Antigamente, ela ainda tinha esperança, ainda se agarrava a sonhos e ilusões. Por isso, tomava os medicamentos com determinação, querendo viver mais alguns dias.
Mas agora, tudo havia desmoronado. Ela aceitou seu destino.
— Pai, mãe, me levem com vocês. Eu nã