Lúcia não sabia ao certo por que, mas diminuiu o ritmo.
A respiração de Sandra ficava cada vez mais pesada, como se mãos invisíveis estivessem apertando sua garganta com força. Ela sentia o ar faltar e sua consciência começava a se embaralhar. De repente, teve uma visão de seu marido, e de si mesma, jovem, cheia de vida.
Vinte e poucos anos atrás, exatamente naquele dia, ela e Abelardo andavam de mãos dadas pela neve, celebrando sua união, jurando amor eterno.
Mas, após alguns instantes, a imagem mudou. A mão que segurava agora não era a de Abelardo, mas a de Lúcia.
Com a voz fraca e arrastada, Sandra disse:
— Lúcia, escuta bem o que eu vou te falar... Não importa o que aconteça, nunca desista da sua vida. Não faça nenhuma besteira. A vida só acontece uma vez. Se o Sílvio não te fizer feliz, você deve deixá-lo. Agora que seu pai se foi, você está livre desse fardo. E se eu também morrer, você pode finalmente viver sua vida em paz.
Lúcia franziu as sobrancelhas ao ouvir aquilo:
— Mãe, q