O telefone continuava tocando, mas ninguém atendia.
— Droga! — Sílvio murmurou, enquanto segurava o celular.
Ele levantou os olhos e viu grandes explosões de fogos de artifício subindo no céu acima dele. Uma enorme e vibrante flor se desfez no ar, dissipando-se lentamente na escuridão da noite, até sumir por completo.
Logo depois, novos fogos estouraram, repetidamente, enquanto os sons dos rojões ecoavam ao redor.
O Ano Novo tinha chegado.
Uma nova etapa começava, envolta em ventos gelados, neve caindo e uma chuva incessante de fogos de artifício. A mudança parecia atrasada, mas enfim se fazia presente.
Os dedos pálidos de Sílvio, que seguravam o telefone, estavam dormentes pelo frio, congelados pelas flocos de neve. O sistema desligou a chamada automaticamente, já que ninguém do outro lado a atendeu.
Risos de crianças chegaram até ele.
Sílvio virou-se para ver, do lado da mansão vizinha, uma garotinha com tranças, vestida com um pomposo vestido de princesa, brincando com um menino, a