Lúcia mal teve tempo de reagir antes de ser erguida nos braços de Sílvio, que, com o semblante frio, caminhava em direção à casa.
— Sílvio, o que você tá fazendo? — Lúcia se desesperou de imediato.
A tempestade de neve lá fora só piorava, o vento açoitando as abas do casaco de Sílvio e sua echarpe cinza, enquanto os longos cabelos negros de Lúcia se grudavam no rosto dele, que continuava impenetrável, sem revelar nenhuma emoção.
— Vou te levar lá pra cima. — Sílvio disse, com a mesma frieza.
Ao ouvir isso, Lúcia entrou em pânico. Seus pais tinham acabado de dormir. O que Sílvio estava fazendo ali? Seu pai ainda era inimigo declarado dele. E se algo desse errado?
— Não precisa! O que você tiver pra dizer, pode dizer aqui mesmo. — Lúcia começou a se debater, tentando escapar dos braços dele.
Mas Sílvio, como se já esperasse essa reação, a apertou ainda mais forte, imobilizando-a por completo.
Quando ele finalmente subiu as escadas, Lúcia já estava à beira das lágrimas.
Sílvio a carregou