— Hum. — Lúcia acenou com a cabeça.
Sílvio franziu o cenho e continuou a perguntar:
— Foi você que jogou fora a planta ali no canto?
— Fui eu. — Lúcia respondeu sem hesitar.
Sílvio se aproximou dela:
— Por quê?
— A planta morreu, e o papagaio estava preso na gaiola, nada feliz. Achei melhor soltá-lo para voar livre pelo céu. — Disse ela, com naturalidade.
Sílvio estreitou os olhos, claramente insinuando algo:
— E como você sabe que ele estava infeliz na gaiola? Eu dava boa comida e bebida pra ele. Solto, ele pode morrer de fome por aí.
Lúcia piscou os olhos, surpresa com a lógica dele. Então, era assim que ele pensava. Interessante. Será que ele realmente acreditava que, ao torturá-la daquele jeito, ela também ficava feliz e grata?
Ela sentiu a resposta irônica formar na garganta, pronta para ser dita, mas então lembrou que seu pai havia acabado de acordar e que ainda precisaria da ajuda de Sílvio em muitas coisas. Não seria prudente criar um conflito agora, isso só traria prejuízos pa