Sílvio já estava irritado, e ao ouvir Leopoldo falar, sua raiva só aumentou:
— Cala a boca!
— Presidente Sílvio, sei que é difícil para o senhor aceitar a partida da senhora Lúcia, mas ela se foi. Deixe-a partir com dignidade. Vamos levá-la ao crematório, arrumá-la, vesti-la. Ela sempre gostou de estar bonita, com certeza não gostaria de partir desarrumada. — Insistiu Leopoldo, apesar do risco.
Lúcia havia sido bondosa com ele, afinal, fora ela quem o apresentara à sua esposa. Ele também não queria que Lúcia morresse. Ela era tão boa, e ainda assim teve esse destino cruel. Quem disse que o bem sempre vence? Leopoldo sentia um aperto crescente no peito.
Sílvio levantou-se do chão, colocou Lúcia de lado e avançou sobre Leopoldo, agarrando-o pelo colarinho e gritando:
— Quem disse que ela morreu? Ela não pode ter morrido!
— Presidente Sílvio...
Leopoldo não esperava que seu chefe fosse tão obstinado. Talvez ele amasse tanto Lúcia que não conseguia aceitar a realidade.
Sílvio soltou o cola