Sílvio observou Lúcia sentada na cadeira, parecendo perdida, sem reagir por um bom tempo. Isso o deixou ainda mais irritado. Será que ela estava tão nervosa e assustada por ele ter mencionado que a acompanharia na consulta? Nem um pingo de surpresa ou alegria?
— Eu disse para você se trocar. Vamos para a consulta pré-natal. Você não ouviu? Ou será que agora que aquele velho voltou a ser tratado, você resolveu desobedecer de novo? — Seu tom de voz carregava uma clara insatisfação.
Lúcia, ainda atordoada, teve seus pensamentos puxados de volta à realidade. Sentindo-se culpada, tentou mentir:
— Você tem trabalho importante. Eu posso ir sozinha.
— Hoje eu não vou a lugar nenhum. Vou com você à consulta. — Respondeu Sílvio, determinado a não ceder.
A pressão no peito de Lúcia só aumentava, e ela começou a falar sem pensar:
— Eu já disse, não precisa me acompanhar. Eu não sou uma criança, sei ir sozinha.
— Por que tanto medo de eu ir ao hospital com você? Está tentando esconder algo?
Lúcia l