Liliane tirou o celular do bolso e, ao ver que era uma ligação de seu pai, uma sombra de fadiga cruzou seu rosto.
Ela apertou o celular, ignorando a dor no tornozelo, e caminhou até a cozinha para atender.
- Alô. - Liliane disse com uma voz carregada de preocupação.
- Lili, como você pode passar tanto tempo sem responder a uma ligação?
- Você me bloqueou, lembra? Com medo de que alguém me usasse para chegar até você. Você esqueceu disso?
- Eu esqueci, desculpe. Onde você está agora? - Nelson riu de forma constrangida.
- Trabalhando horas extras.
- Entendi, ganhando um bom dinheiro com horas extras é uma ótima notícia. Lili, você tem algum dinheiro agora?
Liliane apertou o copo em suas mãos, irritada que a única coisa que ele queria era dinheiro.
Ele já esqueceu como ela o resgatou daquela situação no cassino da última vez?
Liliane falou com frieza:
- Não tenho nada! Usei tudo para pagar suas dívidas!
- Nem que fossem algumas centenas de reais, Lili, você não tem nem isso? - Nelson