O sangue ainda escorria pelo meu braço, pingando no chão conforme a moto avançava. Mas nada disso me importava. Eu só respiraria tranquilo quando tivesse certeza de que a favela estava segura.
Então, os foguetes subiram, estourando no céu como fogos de artifício.
Alerta.
O rádio chiou antes da voz de Faísca chegar firme.
— Já saíram do morro.
A porra do BOPE recuou.
Mas eu sabia que isso não era o fim. No morro, a guerra nunca termina.
— Vamos voltar. — ordenei, e ele seguiu comigo direto para o postinho.
— Preciso me certificar de que ficará bem, chefe. — disse o mesmo, acelerando a moto pelas vielas estreitas do morro. O cheiro de pólvora ainda impregnava o ar, e o eco dos últimos disparos se misturava ao barulho dos foguetes avisando que o confronto havia cessado.
Assim que nos aproximamos, vi o movimento intenso na frente do posto. Gente ferida por todo lado, alguns baleados, outros só com escoriações de quem tentou correr no meio do tiroteio e caiu. O caos era sempre o mesmo. O p