Ana sabia que seu dia já havia começado mal desde o momento em que colocou os pés no hospital. A tensão entre ela e Márcia era palpável, como uma tempestade iminente, e parecia que todos os outros desafios apenas se acumulavam, como uma pilha prestes a desmoronar.
 Quando Márcia entrou na sala de procedimentos, o ar pareceu se comprimir. Ela ajeitava os instrumentos com uma precisão quase agressiva, cada clique dos metais soando como um aviso. O sorriso cínico nos lábios deixava claro que não estava ali apenas para o trabalho.
 — Ana, querida, — começou Márcia, sua voz transbordando veneno disfarçado de simpatia. — Você precisa ser mais cuidadosa com suas... associações. Algumas amizades podem trazer consequências inesperadas.
 Ana sentiu o sangue gelar por um segundo, mas rapidamente se recompôs. Ela sabia que Márcia estava referindo-se a Lucas e talvez até ao recente episódio com John. No entanto, recusou-se a dar a Márcia a satisfação de ver seu desconforto.
 — Estou apenas focada n