CAPÍTULO 3
— Não é à toa que o Sr. Guilherme é conhecido pelo luxo. — Soltei uma risadinha. — Esse grampo de safira foi feito com a pedra que a família dele comprou num leilão caríssimo há dez anos.

— Era pra ser usado pela nora da família Gaspar... Parece que o Guilherme gosta mesmo de você.

Na hora, o salão inteiro ficou em silêncio. Afinal, por mais que fosse, eu ainda era a noiva oficial dele.

Cecília foi a primeira a reagir. Os olhos logo marejaram e ela levou a mão ao cabelo:

— Me desculpa, Juliana, eu sei que não sou digna de algo tão valioso. Eu já vou te devolver.

Ela arrancou o grampo com força, puxando alguns fios, as lágrimas escorrendo dos cantos dos olhos.

Guilherme, irritado, segurou a mão dela:

— Que história é essa de devolver presente? Eu te dei, então é seu!

— Quero ver quem aqui vai se atrever a reclamar!

Quando virou o rosto para mim, já estava cheio de desprezo:

— Juliana, precisa ser tão mesquinha assim?

— Nem casamos ainda e você já tá se achando a dona da família? Será que no seu mundo eu ainda existo?

Dei uma risada gelada e me levantei:

— Eu só falei por falar. Nunca disse que tinha que ser meu. Qual é a sua pressa?

Cecília me olhou, hesitante:

— Juliana, eu gosto muito desse grampo. Você pode me emprestar só um pouquinho? Depois que o meu concerto acabar, eu devolvo pra você.

Um dos amigos de Guilherme, que ainda há pouco puxava o saco dele, não aguentou:

— Poxa, Juliana, custa ser um pouco mais generosa? Você é a filha mais velha da família Ribeiro!

— A Cecília só pediu emprestado um pouquinho. Pra que tanto drama?

— Assim você acaba estragando a noite de todo mundo.

Puxei a cadeira com calma, sem expressão:

— Então eu vou embora. Aproveitem o jantar.

Talvez minha atitude tenha provocado Guilherme, que bateu na mesa e se levantou furioso:

— Juliana, que cara é essa?

— Você vai ser minha esposa, precisa aprender a se comportar!

— Agora mesmo peça desculpas pra Cecília!

Quase ri na cara dele:

— Nosso casamento nem confirmado está, o que ainda tem pra falar entre nós?

— Adeus. Quem quiser ser sua esposa que seja.

O rosto dele mudou de imediato, me encarando com raiva:

— O que você tá insinuando? Que por causa dessa bobagem você vai romper o noivado? Juliana Ribeiro, cadê o seu senso de compromisso?

Afastei a mão dele e abri o áudio que Hugo tinha acabado de me mandar:

— Juliana, as flores do noivado, você prefere lírios ou rosas?

— Lírios. — Respondi. — Combinam melhor com o design do vestido de noiva.

— Vestido de noiva?! — Guilherme avançou sem se conter. — Juliana, você já encomendou um vestido de noiva pelas minhas costas?

— Precisa se rebaixar tanto assim? Não tem vergonha?

Eu quase ri de tanta raiva:

— Faz o favor de entender, quem vai se casar sou eu, não você!

— O seu casamento não é o meu também? Em toda a cidade, quem não sabe que você, Juliana, sempre sonhou em se casar comigo?

Fechei a cara de vez:

— Guilherme, nunca te ensinaram o que é respeitar os outros?

De repente, a porta do salão se abriu com um estrondo, e uma voz grave ecoou:

— Sr. Guilherme, faça o favor de soltar a minha noiva.
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