Logan
Peter era um mimadinho. Agia como se o mundo tivesse que estar constantemente jogando tudo aos seus pés, e isso me irritava pra caralho. Naquela noite, só de pensar nele, meu estômago embrulhava. O pivete com a picape nova, a mãe que parecia saída de comercial de margarina e aquela vida perfeita... era como esfregar na minha cara tudo que eu não tinha.
A porra do meu carro, que era um dos poucos presentes que meu pai me deu, estava largado na oficina, porque ele estava sempre "ocupado demais" pra buscar. Mas o queridinho, que apareceu do nada, ganhou um carro como se fosse nada.
Eu sentia a raiva borbulhar, misturada com uma pontada de inveja que eu me odiava por sentir.
A festa da Martha era minha chance de esquecer essa merda toda por algumas horas. Eu ia ver meus amigos... e a Alice. Eu gostava dela, ou pelo menos era o que eu dizia pra mim mesmo.
Ela era bonita, inteligente, me tratava bem. Mas, sei lá, quando ficávamos juntos, sempre parecia meio ensaiado. Como se eu estive