Peter
O silêncio dentro da picape pesava no ar, tão pesado que dava para cortar com uma faca. A única coisa que quebrava o incômodo era o ronco constante do motor. Era estranho estar ali, no meu próprio carro, mas com Logan no volante e dirigindo como se estivesse tentando ganhar uma corrida com ele mesmo. Eu me sentia como um passageiro na minha própria vida, e o motorista era o meu meio-irmão postiço e irritante.
Eu tentava não olhar para ele, mas falhava. O cabelo preto, preso de qualquer jeito, caía sobre a testa, e os músculos do braço se contraíam a cada curva que ele fazia com força demais. Uma sensação estranha me atravessava, um medo misturado com... outra coisa.
Como estar numa montanha-russa: frio na barriga, adrenalina, e aquele impulso idiota de querer mais, mesmo sabendo que era perigoso. Eu quis gritar pra ele ir devagar, mas a voz travou.
Por que caralhos eu me sentia um covarde perto dele?
Quando ele parou diante da casa de Martha, um casarão enorme com luzes piscando