Aisha – N XIII
O corpo dele continua ali, no meio da rua, tão grande, tão pesado e imóvel…
A forma de lobo ainda se mantém, mas seus olhos estão fechados, a respiração falha e o sangue escurece a pelagem em algumas partes. Espero que não seja sangue dele, mas temo que seja. Temo que tenha se ferido por minha causa.
— Eron… — chamo mais uma vez, desesperada, mas ele não reage. Meus dedos tremem ao tocar seu focinho, e o calor que sinto vindo de seu corpo me alivia um pouco. Ele está vivo. Mas por quanto tempo? Balanço o seu corpo com vigor, mas ele nem se move.
Me viro para os lados, desesperada, buscando qualquer sinal de alguém, de ajuda.
Foi por mim. Tudo isso.
— Socorro! — grito. — Alguém me ajuda! Por favor!
O eco da minha voz parece morrer entre as paredes e becos vazios. A cidade parece ter nos virado as costas.
Até que ouço um som suave, como o ranger de uma carroça e passos firmes na rua calçada. Me viro rapidamente e vejo uma mulher idosa se aproximando devagar. Um lenço cobr