Aisha N XII
A felicidade enche o meu peito de uma forma que as vezes acho que é um sonho e vou acordar ardendo em febre no meio de um cômodo fedorento na mina onde era escrava. Mas afasto esse pensamento com vigor.
Durante toda a noite eu segurei no braço quente de Eron como uma âncora da realidade que me cerca, mas mal consegui cochilar algumas vezes.
As horas passaram e eu vi o céu, através do vidro da janela ainda sem cortina, mudar de cor e se tornar claro. Como se tivesse algo que o despertasse, Eron começa a se mexer na cama e sente a minha presença. Um sorriso singelo se forma e ele abre um olho ainda inchado pelo sono.
— Bom dia — disse ele, ainda rouco.
— Bom dia — respondo, sorrindo.
— Dormiu bem? — pergunta curioso.
— Não... nem dormi, quer dizer, dormi só um pouco.
Ele me encara preocupado, observando e tentando encontrar o motivo pelo qual não me deixou dormir.
— Aconteceu alguma coisa?
— Não... Eu só estou feliz... Feliz como nunca me senti antes e isso é... é novo para