A segunda ameaça havia deixado marcas. Não apenas no protocolo de segurança ou nas estratégias de proteção que Ethan, Liam e James organizavam dia após dia, mas nas entrelinhas da rotina, nos silêncios demorados, nos olhares mais atentos, nos abraços que duravam um pouco mais do que o normal.
Era noite quando Ethan voltou para casa.
A cidade pulsava lá fora, indiferente ao que crescia dentro dele: um nó entre a fúria e o medo, a urgência de agir e o desespero de manter tudo intacto.
Ele entrou no apartamento em silêncio. Tirou os sapatos ao lado da porta, afrouxou a gravata e atravessou o corredor iluminado apenas por abajures. O cheiro suave de lavanda ainda pairava no ar. O lugar exalava aconchego… mas para ele, era um campo de batalha disfarçado de lar.
Chegando ao quarto, Ethan parou na soleira da porta.
Ali, no meio da cama, deitada de lado, com os cabelos soltos como ondas sobre o travesseiro, estava Helen. Dormia profundamente, com uma das mãos repousada sobre o ventre já leve