— Eles podem pensar o que quiserem, tanto faz, não podemos controlar os pensamentos dos outros, não é? — Disse Otávio, tentando oferecer um pouco de consolo.
— Avô... — Ademir murmurou.
— Fique tranquilo. — Otávio assentiu com a cabeça e soltou um suspiro. — Eu estou velho, mas não perdi a lucidez. Desde o momento em que ele tomou a decisão de sair de casa, ele deixou de ser meu filho.
Para os outros, Otávio sempre dizia que seu filho havia morrido há mais de vinte anos.
— Depois da morte, não há retorno. — Otávio suspirou mais uma vez. — Mesmo que ele volte para a Cidade J, isso não terá mais nenhuma ligação com a nossa família Barbosa.
Otávio fez um gesto com a mão e disse:
— Tudo isso é culpa do Rui, ele quem trouxe essa confusão para você. Fique tranquilo, o avô sabe o que fazer. Já está tarde, você vai voltar para casa ou vai passar a noite aqui?
Inicialmente, Ademir havia planejado ficar.
— Vou passar a noite aqui. — Respondeu ele.
— Então vá, rápido, está tarde, descanse bem e n