Demian andava de um lado para o outro, nervoso, na sala de estar da sua enorme e solitária residência.
Estava, sem dúvida, num dilema complexo, incapaz de tomar uma decisão.
Por um lado, se ajudasse Miguel Murano, expor-se-ia diretamente a Yuri, revelando que tinha negociado com o dealer nas suas costas e boicotando Mikhail apesar dos repetidos avisos. Seria um confronto aberto e ele não teria onde se esconder.
Mas se não o ajudasse, o seu aliado acabaria por cair sob a força de Kasparov e perderia o pouco apoio externo que conseguia obter para a Raposa Branca, ficando com poucas ou nenhumas opções disponíveis.
Estava inclinado a ir a casa de Murano, motivado pelo ódio, para atacar as forças do seu adversário e depois dar o golpe de misericórdia na sua mulher intrometida, mas foi travado por uma força muito poderosa e que o envergonhava: era um cobarde.
Não tinha vontade de enfrentar o seu adversário cara a cara, porque estava paralisado por um medo atroz dele, desde que eram apenas c