Siena Dal
As horas se arrastavam na escuridão fedorenta da cabine. O balanço suave do navio atracado era um lembrete constante de que meu tempo estava se esgotando. Eu não era uma donzela em perigo esperando por um resgate. Eu era uma lutadora. E eu não iria para o meu "novo mestre" sem deixar um rastro de sangue e dentes quebrados.
Minha mente, agora livre da névoa da droga, trabalhava furiosamente. Analisei meu ambiente. A cabine era uma caixa de metal. A porta, de aço pesado. As algemas, de plástico industrial grosso. Mas a estrutura de metal à qual eu estava presa era velha, enferrujada em alguns pontos. Talvez... talvez houvesse uma fraqueza.
Comecei a trabalhar, puxando e torcendo minhas mãos, ignorando a dor da pele se rasgando contra o plástico áspero. Eu focava na base de um dos parafusos que prendia a estrutura à parede. Estava corroído. Se eu pudesse aplicar pressão suficiente, no ângulo certo...
O som de passos no corredor me fez parar. A fechadura girou e a porta se abri