Li Wei
O Festival Internacional de Cinema de Xangai terminou com uma cerimônia de encerramento grandiosa e uma festa que durou até o amanhecer. Eu compareci, sorri, tirei fotos, e escapei assim que foi decentemente possível. A exaustão que eu sentia era mais profunda do que o cansaço físico. Era uma exaustão da alma.
Finalmente, eu estava em casa. A casa da família Li, uma mansão moderna e minimalista em uma das áreas mais exclusivas de Xangai. Era o lugar onde eu cresci, mas não parecia um lar. Parecia um museu silencioso, cheio de fantasmas de uma infância passada e de um futuro que eu talvez tivesse perdido.
Meus pais me receberam com uma preocupação contida. Minha avó me estudou com seus olhos sábios, mas não disse nada, o que era pior do que qualquer sermão. Mas foi Li Lin quem eu precisava ver.
Encontrei-a em seu escritório em casa, uma sala que parecia o centro de comando da NORAD. Múltiplos monitores exibiam linhas de código, mapas e fluxos de dados. Ela parecia não dormir há