Alejandro Albeniz
O circo estava todo montado novamente, me referia a situação dessa forma porque o último voo inaugural acabou em tragédia, mas a verdade era que sabia o quanto era importante esse tipo de evento para a imagem do setor comercial. Quem não estava aceitando bem era o meu corpo.
Suor frio começou a escorrer pelo meu rosto, assim que vi as aeronaves ainda em terra. Os repórteres cercavam o meu pai, quando me viram, vieram instantâneamente em cima de mim.
E só faziam perguntas sobre o desastre. Justamente algo que eu daria tudo para não lembrar.
Respeitava muito a profissão de jornalismo, mas alguns não passavam de abutres. Lembro que no voo fatídico, tinha apenas duas colunistas aqui, uma de aviação e outra de economia. Agora, tinha mais de cem repórteres esperando que acontecesse outra desgraça.
— Meu filho! Finalmente chegou o grande dia! — sorri sem humor para ele e para as diversas câmeras que insistiam em nos fotografar. — O que houve, Alejandro? Está pálido. — el