JOHN BACKER

Acabei ouvindo da boca do médico o que eu mais temia: Paola tem poucas chances de sobreviver.

Após o baque dessa noticia não esbocei reação. Meu momento de fraqueza eu já tive, já chorei e enlouqueci. Agora elas precisavam de mim.

— E o bebê?

O rosto do homem suavizou um pouco, o que parecia significar uma boa coisa.

— Tivemos que fazer uma cesárea de emergência. Sua filha está bem.

Fiquei um pouco aliviado em ouvir isso. Mas minha mulher ainda estava à beira da morte, eu não podia viver sem ela, e muito menos o bebê que acabara de nascer.

— Não há nada que possam fazer para salva-la?

Ele pareceu pensar um pouco.

— A dupla cirurgia que fizemos há pouco foi bem intensa para o corpo dela. Removemos o projetil e o estrago na cavidade cardíaca é irreversível. Ela tem um dia de vida no máximo...

— Ou seja?... — O incentivei a prosseguir quando o mesmo parou de falar.

— Só há duas chances: Primeiro um transplante imediato de coração, segundo um grande milagre.

Pensei p