22. PEQUENA MENTIROSA
DANNA PAOLA MADERO
Ele gargalhou e me fitou. Nossa diferença de altura era grande, os saltos pouco ajudavam.
— Não se preocupe. Nunca me apaixonei. — Respondeu convicto.
Fiquei um pouco surpresa. Nenhuma mulher nunca havia conseguido conquista-lo?
Se ele resiste ao amor tanto assim, meu plano A não vai funcionar.
Mas ainda não é hora de desistir. Pensei na luz do sol que não via há mais de seis meses, na liberdade que almejava. Então eu curvei os lábios em um sorriso e respondi.
— O mesmo para mim. — Nunca me apaixonei, acho que não tive a chance, quando adolescente gostei sim de uns garotos, mas era tudo passageiro.
— Quantos anos você tem? — Quis saber ao se encostar na parede me levando junto. Me observava com curiosidade.
— 22. — Menti não sei por que, pareceu viável na hora.
Arregalou os olhos.
— Tão nova e já nesse lugar...
O que ele realmente quis dizer: tão nova e já é uma prostituta.
Tentei não me abalar com isso.
— Eu precisava do dinheiro. — M