07. MORTE DIÁRIA
DANNA PAOLA MADERO
Passei muitos dias naquele lugar. Nua e acorrentada ao chão.
A novidade era que aquela velha trouxe pelo menos um colchão para que o desconforto e o frio fossem menores. Ingênua, ainda pensei que sentisse um pouco de compaixão por mim, mas ela o fez apenas por que o chefe dela precisava de um lugar mais confortável para satisfazer seus desejos masculinos.
Eu era usada todas as noites pelo mesmo homem. E quando ele me tocava, um pedacinho de mim morria. Todas as vezes que a porta era aberta e Paul passava por ela, minha esperança de ser resgatada também morria.
E tudo o que eu queria era morrer de vez, o sofrimento não tinha fim, pelo contrário, se renovava a cada dia.
Meu corpo estava imundo, havia mudado para algo quase irreconhecível, alguns ossos mais a mostra por debaixo da pele fina e pálida denunciavam a magreza. A comida era escassa, recebia apenas uma refeição por dia e um litro de água.
Ele havia destruído tudo de bom que havia em mim, minha pureza