— Vítor, vou contar até três. Apaga isso agora! — Rosnou Gustavo entre os dentes.
Seu terno estava todo amarrotado, o rosto pálido, e olheiras profundas marcavam seus olhos.
Havia passado a noite sentado do lado de fora da porta.
Estava irreconhecível, bem longe da imagem imponente e elegante de sempre.
Vítor segurava o celular, rindo como um completo provocador:
— De jeito nenhum! Daqui a pouco vou mandar no grupo ainda!
Ele estava fazendo de propósito, claro.
“Bem-feito! Gustavo foi um babaca com a Ju.
Traidor merece sofrer. Tem que ser massacrado mesmo.”
Vítor tinha acordado cedo só para passar na casa da família Moreira e pegar a bola de basquete.
Mas, ao abrir a porta, deu de cara com o mendigo encostado ali.
Gustavo estava com os olhos fechados, sentado no chão como um sem-teto de luxo.
Nem precisava pensar muito: ele estava ali de plantão, esperando Juliana sair.
Mas Vítor não se intimidava nem um pouco com a cara de poucos amigos de Gustavo.
Bateu nas próprias bochechas, fazend