O toque da chamada de vídeo soou por mais de dez segundos antes de Juliana finalmente atender.
Quando a tela acendeu, o rosto de Bruno apareceu em close, ocupando quase todo o visor do celular.
A imagem balançava um pouco, até que ele virou a câmera para a lente traseira.
Juliana franziu levemente as sobrancelhas.
O que ele estava fazendo?
Ela ficou em silêncio, esperando que Bruno explicasse aquele movimento estranho.
Mas ele parecia meticuloso.
Mostrou o quarto inteiro com a câmera: cada canto, cada detalhe.
Passou pela cama, abriu o guarda-roupa, até filmou debaixo da cama e atrás das cortinas, como se quisesse provar algo.
Cinco minutos depois, voltou a câmera para o modo frontal.
Com uma mão segurava o celular e, com a outra, começou a afrouxar a gravata.
Os dedos longos, firmes e elegantes pareciam esculpidos em mármore.
— Estou sozinho. — A voz dele, baixa e aveludada, saiu pelo alto-falante, envolvente, carregada de um tom íntimo e grave. — Não tem mais ninguém aqui.
Juliana pi