A noite era um véu de penumbra, mas no horizonte surgiam traços sutis de cinza, anunciando a chegada do amanhecer. As estrelas persistiam, desafiando o avanço da luz, conforme o ar pesado carregava a promessa de algo iminente. O silêncio parecia vivo, pulsando como o prelúdio de uma tempestade.
Hei e Kaena moviam-se como sombras pelos arredores das minas, seus passos tão leves quanto uma brisa noturna. A escuridão era uma aliada caprichosa, revelando contornos traiçoeiros de detritos e buracos escavados por trabalhadores exauridos. Guiados pela luz tênue e os sons abafados que vinham das cavernas, eles avançavam com precisão meticulosa, cada gesto um reflexo de seu treinamento.
— É mais cruel do que eu imaginava — murmurou Hei, a voz carregada de incredulidade. Ele observava um grupo de homens acorrentados carregando pedras grotescamente grandes. Seus ombros estavam arqueados como galhos quebrados, os olhos opacos e distantes, drenados de qualquer brilho de vida. — Estão sendo esmagado