Passada algumas horas, o pesadelo aterrorizante permanecia na mente de Sara. Sentia que a mulher de vermelho continuava por perto, observando-a, esperando para pegá-la, perturbando-a como uma assombração.
O ataque, a angústia sentida no sonho, rodava em sua mente como um filme, repetindo-se a cada instante de silêncio. E, sozinha no quarto - e até mesmo no restante do apartamento -, silêncio era sua amiga íntima. A única, lamentou ao desistir de trocar os canais e desligar o televisor antes de largar o controle remoto na cama.
Respirou fundo e se levantou. Precisava conversar com alguém, colocar em palavras sua aflição e acabar com a impressão maluca e desagradável deixada pelo pesadelo.
Teve vontade de contar para Rodrigo, e só não o fez por ele estar de saída para o trabalho. Já era incomodo imaginar que ele se atrasou ao se preocupar com ela.
Entrou na cozinha e aproximou-se de Marta. A jovem estava concentrada em seu serviço, preparando algo com um cheiro maravilhoso.
— Marta...
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