Eu me perdoo (II)

- Claro. – Ele foi em direção ao telefone.

- Irei junto.

- Se não se importa... Eu gostaria de fazer isto sozinha. – Pedi – Podemos combinar de irmos juntas amanhã. O que acha?

- Claro... Pode ser. Mas você acabou de chegar. E já vai sair?

- Preciso ir, mãe. Voltarei melhor, acredite.

Ela me deu um beijo na testa e fomos para a frente da casa esperar o táxi, que chegou em menos de cinco minutos.

Enquanto eu me dirigia para o lugar onde reclamei a vida toda de morar e nunca fiz nada para mudar o que tanto me incomodava, pensei em Pedro e no nosso encontro no aeroporto.

Por mais que eu quisesse pensar que pudesse ter visto errado, que ele naquela fila fosse somente uma imagem projetada da minha cabeça, sabia que era verdade. Pedro sequer olhou nos meus olhos. Fingiu que eu não existia, que nunca me viu em toda sua vida.

Como eu conseguiria fazê-lo me ouvir?

Sim, eu tinha muito a lhe dizer, porém não poderia obrigá-lo a me escutar. Já havia mandado uma mensagem com boa parte do que queri
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