- É... Perfeito... – Toquei as águas calmas e tranquilas com a ponta dos meus dedos.
Patrick movimentou as mãos na água e enlaçou os dedos nos meus, sob ela. Nos olhamos e depois de um tempo em silêncio ele disse:
- Quer saber o que eu fiz com as cartas? Acha que pus no lixo?
- Acho... Que pode ter posto. – Fui sincera.
Ele sorriu e entrelaçou nossos dedos com força:
- Admita que escreveu... E confesso que guardei cada uma delas.
Sorri, sentindo meu coração acelerar.
- Vamos, Clara! Confirme, por favor.
Olhei o sol refletido no ombro dele. E sim, poderia ser o esquerdo. Mas não, estava no direito.
Pedro veio na minha mente e retirei minha mão da dele, olhando para a água, como se as palavras desaparecessem da minha mente e o peso voltasse à consciência.
Patrick pegou meu queixo e fez-me encará-lo:
- Ele não está aqui, Clara... Eu estou. Eu sou real...
- Mas por anos tentou não ser...
- Mas agora estou aqui, porra! E tudo que quero... É ficar com você! Não porque lhe expliquei que prec