Sophie saiu furiosa, batendo a porta.
Patrick virou na minha direção e girou a chave na fechadura, algo que até então nunca havia sido feito, já que a casa era no meio do nada e não havia risco algum de alguém entrar. Ele percebeu que o maior perigo que corria era eu sair.
- Enfim, sós... – sorriu – Depois de oito anos, finalmente viveremos nossa vida sozinhos, como um casal, meu amor.
Suspirei, incerta se ainda havia lágrimas para eu chorar. Patrick abriu a mala e pegou a minha caixa de fotos, como se soubesse exatamente o que havia ali dentro. Foi até a lareira e acendeu o fogo.
Desci as escadas lentamente, me apoiando na parede:
- Por favor... Não... Eu imploro. É... Tudo que tenho. Tudo que resta... Da minha vida.
Patrick ajeitou foto por foto sobre as madeiras postas estrategicamente para que o quando fosse ateado o fogo, queimassem de forma rápida e perfeita.
Acendeu o isqueiro e me encarou:
- Então seja uma boa esposa, Clara. E pare de fazer-se de vítima.
Senti a respiração ace