- Pai, eu não fui num Motel. Pode perguntar ao Jason...
Joaquim riu, de forma debochada:
- Acha que acredito em você?
- Acredite no que quiser! – Falei, entredentes, tão baixo que mal escutei minha própria voz.
- O que você disse? – Ele gritou, fazendo com que eu e minha mãe saltássemos, assustadas.
Eu não repeti. Não queria levar uma bofetada.
- Posso ir para o meu quarto? – Pedi.
- Sim, pode. Depois que jogar esta bola de pêlos e pulgas na rua.
O olhei, tentando conter as lágrimas:
- É uma filhotinha! Por favor... Eu prometo que ela não irá incomodar. Limparei xixis e cocôs... Não a deixarei chorar... E comprarei tudo que ela for comer.
- Não! Jogue fora este bicho.
- Não posso! Ela... É minha.
Renan apareceu na cozinha:
- O que houve?
- Clara encontrou um cachorro. Seu pai quer que ela jogue fora. – Minha mãe explicou resumidamente.
Renan alisou Pipeline:
- Pai, é só um cachorro.
- Bichos incomodam... Mais do que pessoas. Vai entrar no CIO e os cachorros invadirão nosso pátio. Ela