Elizabeth
Elizabeth estava sentada em sua pequena cama no quarto de empregada, olhava para o terço em sua mão. Deslizava lentamente as contas como que buscando forçar para o que estava prestes a fazer.
Olhou para seu pequeno altar com o crucifixo. Sua fonte de força, esperança e consolo que a impedia de sucumbir à tristeza e à depressão durante esses três anos.
Ao lado uma foto do dia de seu casamento. Observou-a com pesar: ela sorria com alegria genuína, enquanto John, ao seu lado, exibia o mesmo olhar duro e frio de sempre.
Levantou-se com lentidão e abriu a porta estreita do guarda-roupa. Olhou para aquelas roupas as mesmas de três anos atrás e algumas que ela havia comprado, mas todas no mesmo padrão. A única exceção era um vestido azul, de tecido leve, que ela mesma costurou com carinho, o mesmo que fora rasgado com fúria pelo marido.
Decidiu que não levaria nada. Apenas uma bolsa com poucos pertences. Saiu do pequeno quarto que, por três anos, fora seu refúgio.
O relógio marcava