Thomas caminhava pelo corredor da mansão, os passos agora soando como batidas insistentes em seus ouvidos.
Não era o silêncio da noite que o perturbava, mas um zumbido crescente de ansiedade sob a pele. O que o tirara da cama? Uma inquietação que ele não conseguia, ou não queria, identificar.
Ao passar pela biblioteca, uma luz fraca escapando por baixo da porta o deteve. Ele ouviu vozes: a de Sarah, inconfundível, misturada a um tom grave que ele conhecia bem. “Arthur”.
“O que ele estava fazendo ali com Sarah naquela hora? Só os dois na biblioteca?”
Sarah e Arthur estavam sentados próximos, conversando em tom baixo, mas com uma intensidade que ele não podia ignorar. Hesitou, a mão pairando no ar antes de se decidir a espiar. Thomas hesitou por um momento, escondendo-se parcialmente na sombra da porta entreaberta.
A proximidade deles, a maneira como Sarah sorria ― um sorriso que ele raramente via ultimamente ― acendeu um fogo frio em seu estômago. As palavras eram quase inaudíveis, mas