MIRELA
A primeira coisa que fiz quando cheguei da escola foi tirar os sapatos e me jogar no sofá. Minha cabeça não parava. O vazio que o sumiço do Lucas deixava parecia ecoar pelas paredes. Eu olhava pro celular a cada dois minutos, esperando uma mensagem, qualquer notificação. Mas não vinha nada.
O Thiago não voltou logo depois que me deixou. E, de alguma forma, isso me deixou ainda mais inquieta.
Eu já estava preocupada com o Lucas desde o primeiro dia que ele sumiu, mas agora... agora estava virando desespero.
Levantei e fui até o quarto. Olhei o travesseiro dele ainda com o amassado de quando dormiu aqui. Peguei o moletom jogado na poltrona. Cheirei. E foi automático: comecei a chorar.
Chorar de saudade, de raiva, de medo. Medo de que ele tivesse ido embora sem se despedir. Medo de que tivesse acontecido algo horrível.
Medo de perder mais alguém.
Meus pais já tinham ido, o Rodrigo quase tirou o Thiago de mim, e agora o Lucas… O Lucas sumido. E o pior, uma parte de mim gritava que